Glossário
Pode-se encontrar alguma diversidade nas definições de termos centrais à agenda de adaptação. Abaixo, são apresentados alguns conceitos utilizados na plataforma e suas respectivas fontes.
Adaptação: ajustes em sistemas naturais ou humanos em resposta a estímulos, ou seus efeitos, e que moderam danos ou exploram oportunidades (IPCC, 2007).
Adaptação baseada em ecossistemas: é o uso da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos como parte de uma estratégia de adaptação completa. Inclui o manejo sustentável, conservação e restauração para prover serviços que ajudem as pessoas a se adaptarem aos efeitos adversos da mudança do clima (CBD, 2017).
Adaptação incremental: aquela em que o objetivo central é manter a essência e a integridade de um sistema ou processo em dada escala (IPCC, 2014).
Adaptação transformadora: aquela que altera os atributos fundamentais de um sistema em resposta ao clima e seus efeitos (IPCC, 2014).
Adaptação autônoma (ou espontânea): a adaptação pode ser classificada em autônoma, quando a resposta ao clima experimentado e seus efeitos ocorre sem planejamento explícito. Sistemas naturais que não são gerenciados pelo homem apresentam adaptação espontânea, ao passo que sistemas humanos podem adotar estratégias deliberadas ou reagir de forma espontânea a estímulos climáticos (Smit, Burton, Klein, & Wandel, 2000).
Adaptação planejada (deliberada): a adaptação pode ser classificada em planejada, quando a resposta ao clima experimentado e seus efeitos é conscientemente focada no combate às alterações climáticas. Sistemas naturais que não são gerenciados pelo homem apresentam adaptação espontânea, ao passo que sistemas humanos podem adotar estratégias deliberadas ou reagir de forma espontânea a estímulos climáticos (Smit, Burton, Klein, & Wandel, 2000).
Capacidade adaptativa: a combinação de habilidades, atributos e recursos disponíveis para um indivíduo, comunidade, sociedade ou organização que pode ser usada para se preparar e agir de forma a reduzir impactos adversos, moderar danos ou explorar oportunidades (World Economic Forum, 2014).
Capacidade de resposta: a capacidade de pessoas, instituições, organizações e sistemas de tratar, gerenciar e superar condições adversas no curto ou médio prazo, utilizando habilidades e recursos disponíveis no momento em que ocorre o evento (IPCC, 2014).
Exposição: a presença de pessoas, meios de subsistência, espécies ou ecossistemas, funções ambientais, serviços e recursos, infraestrutura ou ativos econômicos, sociais ou culturais em lugares e cenários que poderiam ser afetados negativamente (IPCC, 2014).
Impacto climático: consequências da mudança do clima nos sistemas naturais ou humanos (BRASIL, 2009).
São exemplos de impactos provindos da mudança do clima danos a equipamentos devido a enchentes; interrupção de vias prejudicando o transporte de bens devido a forte chuvas e consequente enchentes; e aumento ou baixa na produtividade de uma determinada cultura dado a mudança de temperatura e/ou precipitação na região.
Lente climática: a lente climática consiste em um processo, passo ou ferramenta analítica para analisar uma política, plano ou programa, indicando os riscos que as mudanças climáticas representam para as metas de desenvolvimento em longo prazo (OCDE, 2011).
Má adaptação: é definida em como o “desenvolvimento business-as-usual que, por negligenciar os impactos da mudança do clima, inadvertidamente aumenta a exposição e/ou vulnerabilidade à mudança do clima. Má adaptação pode ainda resultar de medidas de adaptação que aumentam a vulnerabilidade ao invés de reduzi-la (OCDE, 2009).
Medidas de adaptação no-regrets: medidas ou atividades que se provarão válidas ainda que nenhuma mudança climática (adicional) ocorra (PNUD, 2005).
Medidas de adaptação low-regrets: opções no-regrets que requerem pequenos esforços/gastos adicionais para lidar com os impactos negativos da mudança do clima (PNUD, 2005).
Perigo: uma situação ou evento com o potencial de causar dano (UKCIP, 2003). Exemplos de perigos relacionados às mudanças do clima são: aumento do nível do mar, chuva forte, enchentes e secas.
Resiliência: a habilidade de um sistema e suas partes componentes de antecipar, absorver, acomodar ou se recuperar dos efeitos de um evento de risco de maneira tempestiva e eficiente, garantindo a preservação, restauração ou melhoria de suas estruturas básicas e funções essenciais (IPCC, 2012).
Risco climático: o risco de impactos relacionados ao clima é o resultado da interação de perigos climáticos, com a exposição de sistemas naturais e humanos aos mesmos e sua vulnerabilidade (vide Figura 2). O risco diz respeito às consequências que podem ocorrer em determinado local em que algum atributo de valor está exposto e quando o resultado é incerto. É comumente representado como a probabilidade de ocorrência de um evento (perigo) multiplicada pelos impactos por ele causados (IPCC, 2014).
Sensibilidade: nível em que um sistema é afetado, tanto negativa como beneficamente, pela variabilidade climática. O efeito pode ser direto ou indireto. (IPCC, 2007).
Vulnerabilidade: a propensão ou predisposição a ser adversamente afetado. Vulnerabilidade engloba uma variedade de conceitos e elementos, incluindo sensibilidade ou susceptibilidade a danos e a falta de capacidade para lidar e adaptar aos efeitos adversos da mudança do clima (IPCC, 2014).
Referências do texto:
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